24 novembro 2006

30 janeiro 2006

Olá, amigos... Tudo bem?

Deduzo que sim. Mais uma vez não parece exequível, mesmo falando de algo que supostamente afecta todos os intervenientes e de interesse geral como é a qualidade de ensino, confiar ao "português médio" a tarefa dispendiosa em tempo e recursos que é a partilha gratuita de situações graves, merecedoras de denúncia.

Digo isto porque não acredito que a inactividade deste blogue, que se quis ser de todos e não comandado por este ou aquele, traduza uma melhoria tão clara das condições em que se ensina no nosso país que já não mereça reparos.

Como já alguém disse, num comentário neste blogue, é preciso não esquecer que muitos dos discentes de hoje serão docentes amanhã. Às vezes os (bons) exemplos devem começar por ser dados a nós próprios. A "preguiça" foi um dos defeitos recorrentemente apontados como prejudiciais à boa forma de se dar aulas. Vale a pena pensar nisso... ou não.

17 outubro 2005

Regresso...

Está oficialmente reaberta a época de aulas, e de indocências.

Caros amigos, deixemos para trás a praia, o sol, o mar e tudo o que não tem a ver com a realidade com que, todos os anos, milhares de alunos (bons e maus) se deparam.
É a hora de voltarmos à carga, com mais força que nunca, com verdades do presente e do passado, verdades que não devem ser escondidas, e que servirão para trazer novas gentes, novos episódios surreais, e consequentemente novas verdades sobre o (des)ensino português e não só.

Para que não me apontem o dedo, faço a minha parte (mais uma vez).

Episódio: Teste de Língua Portuguesa do 8º ano do 3º ciclo
Conservatório de Música Calouste Gulbenkian em Braga.
(in...in...IIIIINNNN)Docente: Marina Meireles

Se bem me lembro, isto passou-se assim:

As aulas daquela disciplina devem ter-nos a todos feito perder um ano. Isto porque não se aprendeu rigorosamente nada.
Como se não bastasse, veio o teste, e ninguém sabia responder a quase nada... Digo isto porque, além de o teste não fazer o mínimo sentido, as coisas que lá se pediam eram ridículamente desajustadas dos objectivos que as aulas davam a entender serem os da disciplina e, principalmente, da professora.

Como não podia deixar de ser, as notas foram absurdas de tão más... afinal de contas os professores até diziam que a nossa turma, apesar de mal comportada, tinha jeitinho prá coisa... ou talvez não.

Muitos de vós dirão "ohhh meu amigo... quantas vezes isso aconteceu comigo"...
E eu não duvido. Mas pensei que esta situação não fosse possível de se ver num contexto, por exemplo, académico.

Lembrar-se-ão da professora de História Económica da Licenciatura em Economia da U.Minho, Cristina Moreira, já tão falada por mim e outros, neste blogue. Ora esta senhora dá a entender ser a personificação da metáfora "atirar os exames ao ar, e os que cairem em cima da cama...", mas não está, infelizmente, sozinha.

Universidade do Minho - Licenciatura em Economia (the usual)
Métodos Quantitativos III 1º semestre de 2001
(não)Docente: Cristina Amado

A visada não é indocente. Ela é, pura e simplesmente, não docente. Em comparação à stôra de português de há pouco, faltam-lhe anos e anos de experiência (aí uns 30, facilmente)... Mas algo as une. Serão as aulas sem conteúdo (e falamos de uma disciplina que tem por base Matemática!!!!)? Ou os exames desajustados?? Ambos... definitivamente.

Assim, no exame, e reconhecidas que são as dificuldades que a maioria dos alunos têm com números e operações algébricas, algo de muito mau acontece. Um exame com uma exigência acima do humanamente (falo em média) tolerável. Mesmo sem ter em conta que ela não conseguia resolver UM exercício que fosse na aula, se não estivesse nos seus apontamentos. Era incapaz de esclarecer UMA dúvida que não estivesse nos acetatos... E espeta com um exame na nossa frente que fez 80 a 90% dos presentes (e eram 5 ou 6 salas do CP III, ou seja, mais de 150 pessoas) desistir na 1ª meia hora... Os restantes ficaram para obrigar a professora a ter algum trabalho a corrigir, pelo menos. Segundo as declarações dos participantes, três... no máximo quatro pessoas achavam que conseguiam passar. A maioria que entregou (aí uns 30...40) disse que nem tinha feito perguntas suficientes para o 10... Outros disseram que nada do que escreveram estava bem... só encheram as páginas de números para lhe dar trabalho.

Surpreendentemente, ou não, passaram mais de 20 pessoas. Pessoas que garantiram, mesmo depois da nota sair, que tinham respondido a perguntas suficientes para ter 6!

Então, Sra. Prof.ª?... Ficou com peninha?? Ou talvez o seu 1º ano a dar aulas de Métodos III não ficaria bem visto com uma taxa de reprovação de ... 99,5%??!!

Palhaçada...

23 julho 2005

Outra vez do mesmo...

O alvo é o mesmo, a incomensurável incapacidade de desleccionar a mesma... Enfim... Artur Jorge no seu melhor! Mas aqui vai o que se passou: há uns dias um aluno da cadeira do 4º ano de Gestão, Elaboração e Avaliação de Projectos de Investimento, viu na pauta que tinha tirado 5! Muito surpreso porque acreditava ter feito por merecer nota melhor (apesar do engano que pode provocar um exame de estilo americano), dirige-se ao gabinete do Professor(?) para ver o exame! Apenas nessa altura o dito reparou que, ao fazer a correção, tinha usado a grelha errada, ou seja, corrigiu um teste tipo A com uma grelha de um teste tipo B... Sem ter tido a mínima preocupação de verificar uma eventual possibilidade de erro! Visto isto o aluno saiu do gabinete com um reluzente ... 14! Por isso, aqui fica um conselho: " Não confiem um palito a um indocente" , verifiquem sempre por vocês mesmos!

18 julho 2005

Comentário ao post "sem comentários"

Acerca do post do caríssimo colaborador Frontale "O saber vem com o comer", deixo aqui umas breves notas.

Isto é um exemplo claro daquilo que é a consideração e dedicação que alguns professores empregam à sua profissão, responsabilidade e dever social.

Isto é uma demonstração perfeita daquilo que deve ser banido.

Isto é, por fim, um alvo perfeito a abater (leia-se: denunciar), se os objectivos deste blogue ultrapassarem as barreiras da utopia.

Amigos, mobilização efectiva é o que precisamos. Devemos todos, sem excepção, procurar divulgar, dar a conhecer, e por fim cativar os nossos conhecidos para uma causa há muito perdida. Talvez por isso este blogue não seja em vão. Talvez porque muitas outras formas de protesto foram já, sem sucesso, experimentadas. Talvez por ninguém acreditar que isto funcione, o elemento surpresa ganhe novo significado.

Contamos connosco, apenas, mas talvez sejamos apenas imensos.

Obrigado.

15 julho 2005

O saber vem com o comer...

O indocente em questão deve ser conhecido do pessoal de economia: Artur Jorge! Desleccionou na memorável cadeira "Derivados e Gestão do Risco", e com ele vivi dois momentos inesquecíveis! Primeiro, e enquanto olhava para um gráfico sobre o comportamento dos contratos de opções, o dito indocente pura e simplesmente bloqueou...

- "Ah, olha, não querem lá ver que não tou a ver nada do que está aqui escrito, não consigo interpretar nada do que aqui está... Isto de vir para a aula sem tomar o pequeno almoço... Continuem a ler este capítulo que eu vou ao bar e já venho."

Achei estranho ter levado os apontamentos com ele, mas na hora nunca pensei no que se seguiria: apanhado em flagrante a ver apressadamente os apontamentos à porta do 3º piso do CP1 por alguns alunos retardatários!


Isto já era suficientemente mau, mas ficou pior, bastante pior... Uns quinze dias depois tentava o indocente explicar-nos uma qualquer matéria em que estávamos a falhar redondamente na resolução do exercício respectivo, quando num inesperado acesso de fúria ele tem esta tirada:

- "Tou farto, meia hora para resolver um exercício, não sei o que estou aqui a fazer!"

Ao que um aluno respondeu:

- "Mas professor, você nem explicou como se faz... Nós não nascemos ensinados!!!"

- "Ai é? Então quero o exercício resolvido na próxima aula e conta pra nota! E esta aula acabou por aqui! Desenrasquem-se!"

Sem comentários...

13 julho 2005

Há muito, muito tempo...

...era eu uma criança...

Tinha 10 anos e acabara de entrar para o "ciclo". 5º ano de escolaridade, 12 ou 13 disciplinas em vez de 3, e outros tantos professores em vez de um só.

Era o 1º ano em que tínhamos, por exemplo, a disciplina de inglês. A nossa professora entrou em licença de parto, e teve que ser substituida logo no início do 2º período. E eis que nos saiu na rifa a Miquelina... Miquelina Maria Martins, de seu nome, ficou conhecida como "aquela" que usou (durante os 2º e 3º períodos) sempre a mesma roupa ou roupa igual! Calças de veludo pretas, justas, top rosa choc e casaco de vison, combinando com uns saltos altos de agulha já marcados de muito uso.

Mas a melhor caricatura desta senhora (menina que, na altura, não aparentava mais de 26, 27 anos) é a inúmera quantidade de vezes que se virava para os alunos e perguntava como se dizia "isto" ou "aquilo" em inglês. Nada de muito estranho, não fosse o facto de ela o fazer por não saber a resposta!

É de reafirmar que estávamos no 5º ano e era o nosso 1º ano de inglês! Comparável, só uma professora primária que não consiga dizer como é que se lê um "p", um "a" e um "u", por exemplo, e pedir a um puto da 1ª classe que a ensine!

Não sei como é que ela conseguiu as habilitações para dar aulas, e a coragem para dar aulas. Mas assim foi...

07 julho 2005

Apresentação

Venho por este meio apresentar-vos uma das maiores aberrações que alguma vez pisou uma sala de aula em que eu estivesse presente. Chama-se Maria Cristina Guimarães Almeida Moreira e lecciona na Universidade do Minho. Tive o infortúnio de a "apanhar" como professora de História Económica.

Certamente que eu e muitos outros postaremos neste blogue histórias surreais da senhora. Por ora resta-me aguçar-vos o bico com a seguinte delícia:

Durante uma aula, falando do comércio português com a Índia, a professora escreve a seguinte palavra no quadro:

PREVELIGIADAS

Após o intervalo, na 2ª parte da aula volta a escrever no quadro:

PREVILIGIADAS

Cheguei a acreditar que ela ia conseguir acertar na forma certa, mas nunca mais a vi escrever a dita palavra...

06 julho 2005

Sobre o Professor Doutor Cadima

Revelo aqui mais algumas histórias por mim presenciadas, tendo como actor principal este indocente, já referido num poste anterior.

O Cadima era do tipo que trazia para as aulas exercícios de escolha múltipla fotocopiados de um manual espanhol. Como não percebíamos muito bem a língua, por vezes não acertávamos a resposta (talvez porque "ratoeiras" de enunciado em espanhol nos passem ao lado) e pedíamos esclarecimento. A resposta do costume era: "Se o autor diz que é assim, é porque é assim!"

O mesmo professor que me fez a vida negra no exame da disciplina, como podeis ver no tal poste anterior, teve o desplante de me dizer, enquanto me entregava o prémio do Conselho Académico (entregue ao aluno com melhor média do secundário a escolher a UMinho como 1ª opção), com um sorriso idiota na cara, o seguinte:

"Um aluno da sua categoria, e só conseguiu tirar 15 à disciplina de Introdução à Economia I?!"

O quê?? Amigo... 3/4 do tempo do exame passei eu a tentar explicar-lhe que o exercício era impossível, o restante passei a resolvê-lo!... Se calhar não tive tempo...

Não sou, mesmo nada, a favor da resolução de conflitos por via da violência física. Esta foi, das poucas vezes na minha vida, em que me apeteceu fazer alguém engolir os dentes da frente...

Justiça --- a lógica da batata

Das imensas recordações que trago do secundário, esta reveste-se de um carácter revoltante, e ao mesmo tempo hilariante. Passo a explicar:

Uma das professoras que sempre gostou de mim (como aluno) foi a minha professora de inglês. Como tenho bom domínio da língua e participava nas aulas, a professora tinha-me em boa conta. Os testes corriam bem e as notas concordavam... Teria a mesma professora quer no 10º, quer no 11º ano.

Muita gente reparava que a professora "bonificava" os esforçados, que levavam mais 2 ou 3 valores no final do período do que a média dos testes, e indignavam-se. Pessoalmente, tal não me afectava, se calhar porque eu próprio tinha boa nota e nem reparava que isso se passava.

Até que a professora, numa das últimas aulas do 11º ano decide perguntar-me quanto tempo por semana eu dedicava ao estudo da disciplina.

Nenhum... - respondi-lhe com naturalidade.

A sua face espantada e ruborizada deu lugar a um discurso de quem estava aterrorizada com o facto de me ter dado boa nota no ano anterior. Frases como "Se eu soubesse..." ou "Isso é uma injustiça face aos seus colegas que estudam tanto" faziam parte da panóplia de gritos que se ouviam dos "galinheiros" da escola...

Eu tinha sensivelmente as mesmas notas e tipo de participação que tivera no ano anterior. Teria, portanto, a mesma nota à disciplina nesse ano, também. Mas não. Disse-mo directamente a Prof. Mesquita Machado que me ia baixar a nota por eu não ter sido um aluno estudioso. E baixou. Esta é a parte revoltante.

Ainda bem que esta professora leccionava inglês e não matemática. Como a nota do 11º fazia média com a do 10º (e ela só baixou um valor), eu fiquei com a nota do ano anterior como nota final para cálculo da média do secundário. Assim a sua "penalização" não surtiu qualquer efeito. Esta é a parte hilariante.

01 julho 2005

Ainda hoje me questiono…

Indocente Cadima
Pesa agora sobre os meus ombros a responsabilidade de abrir as "hostilidades" no que toca ao propósito deste blogue, propriamente dito.

Revelo aos estimados leitores e (ex) companheiros de condição de discente um dos mais ultrajantes episódios do meu percurso escolar. E foram 16 anos. Considero este facto como um atentado à relação aluno/professor, e um exemplo taxativo do que acontece quando tapamos o sol com a peneira

Contexto: Primeiro semestre do primeiro ano de universidade, exame da disciplina de Introdução à Economia I da Licenciatura em Economia da Universidade do Minho, Janeiro de 2001.

Indocente: Prof. Dr. J. Cadima Ribeiro

Durante o exame, apercebi-me de que não era possível resolver um exercício que valia 8 valores. O enunciado estaria claramente incompleto, e era até bastante simples perceber porquê. Para os menos leigos, na 1ª alínea pedia-se o preço e quantidade de equilíbrio quando no enunciado apenas constava uma curva da oferta…

Tentei, em vão, que o Professor Doutor olhasse para o enunciado e o analisasse. Este escusou-se a fazê-lo argumentando que tinha copiado o exercício de um livro (que apresentava a solução) e portanto não havia hipótese de ser impossível de resolver.

O tempo passava, e vi-me forçado a usar a mesquinhez da referida pessoa para levar avante o meu propósito: sabendo que o Prof. Dr. não morria de amores por mim, propus-lhe que, conseguindo ele resolver o exercício à minha frente, eu aceitaria uma classificação de 0 (zero) na disciplina. Aceitou, tentou e falhou. Foi ao seu gabinete procurar o livro e respectiva solução e com (incompreensível) naturalidade anunciou, a 45 minutos do final do exame, que o exercício tinha um enunciado incompleto. Descobriu então que, para além de não ter percebido por que razão não conseguia resolver o exercício - o que é grave - se mostrou incapaz de copiar um simples texto de um livro.

Compreensivo e humilde, não permitiu aos alunos qualquer tempo extra para a resolução do dito exame.

Esclarecimento

A pedido de muitas famílias, venho por este meio informar o modo como devem proceder para participarem neste blogue:

1 - Enviam um e-mail para o endereço indocentes@gmail.com;

2 - Ser-vos-á enviado um convite a partir do qual poderão escrever, sempre que considerarem oportuno, as vossas estórias (não esquecer o aviso deixado por Zwei, quanto ao teor dos vossos escritos e linguagem utilizada);

3 - Aceitando esse convite, os já registados no Blogger passarão a ter acesso imediato. Os restantes deverão usar esse mesmo convite para se registarem.

Obrigado.

30 junho 2005

Eles não são docentes. Eles são indocentes!

Por todo o país, existem centenas — se não milhares! — de professores péssimos e ridículos. Nós, pobres alunos, somos os únicos prejudicados. O mínimo que podemos fazer é expô-los ao ridículo. É esse o propósito deste blogue.


Conta a todos as histórias mirabolantes daqueles teus professores que parecem personagens d' Os Malucos do Riso! Conta aqui aquelas coisas em que ninguém consegue acreditar! Mostra ao mundo quão fracos são os teus professores!


Já há muito tempo que penso em criar este blogue, tantas são as histórias fantásticas que me contam de professores malucos. A maluquice parece estar bem distribuída tanto por professores universitários como pelos do ensino secundário. E parece estar também bem distribuída por todo o país e — quem sabe? — pelo mundo.


Peço aos contribuidores que contem apenas histórias verdadeiras. O conteúdo de cada contribuição é da exclusiva responsabilidade do seu autor! Fica ao critério de cada um divulgar ou não o nome verdadeiro do professor visado. Não me responsabilizo por nada. No entanto, reservo-me o direito de eliminar posts de carácter ofensivo, ou contendo linguagem de baixo nível, ou que se afastem do tema.
Reservo-me também o direito de, eventualmente, corrigir falhas ou erros tipográficos ou ortográficos, quer meus, quer doutros.