17 outubro 2005

Regresso...

Está oficialmente reaberta a época de aulas, e de indocências.

Caros amigos, deixemos para trás a praia, o sol, o mar e tudo o que não tem a ver com a realidade com que, todos os anos, milhares de alunos (bons e maus) se deparam.
É a hora de voltarmos à carga, com mais força que nunca, com verdades do presente e do passado, verdades que não devem ser escondidas, e que servirão para trazer novas gentes, novos episódios surreais, e consequentemente novas verdades sobre o (des)ensino português e não só.

Para que não me apontem o dedo, faço a minha parte (mais uma vez).

Episódio: Teste de Língua Portuguesa do 8º ano do 3º ciclo
Conservatório de Música Calouste Gulbenkian em Braga.
(in...in...IIIIINNNN)Docente: Marina Meireles

Se bem me lembro, isto passou-se assim:

As aulas daquela disciplina devem ter-nos a todos feito perder um ano. Isto porque não se aprendeu rigorosamente nada.
Como se não bastasse, veio o teste, e ninguém sabia responder a quase nada... Digo isto porque, além de o teste não fazer o mínimo sentido, as coisas que lá se pediam eram ridículamente desajustadas dos objectivos que as aulas davam a entender serem os da disciplina e, principalmente, da professora.

Como não podia deixar de ser, as notas foram absurdas de tão más... afinal de contas os professores até diziam que a nossa turma, apesar de mal comportada, tinha jeitinho prá coisa... ou talvez não.

Muitos de vós dirão "ohhh meu amigo... quantas vezes isso aconteceu comigo"...
E eu não duvido. Mas pensei que esta situação não fosse possível de se ver num contexto, por exemplo, académico.

Lembrar-se-ão da professora de História Económica da Licenciatura em Economia da U.Minho, Cristina Moreira, já tão falada por mim e outros, neste blogue. Ora esta senhora dá a entender ser a personificação da metáfora "atirar os exames ao ar, e os que cairem em cima da cama...", mas não está, infelizmente, sozinha.

Universidade do Minho - Licenciatura em Economia (the usual)
Métodos Quantitativos III 1º semestre de 2001
(não)Docente: Cristina Amado

A visada não é indocente. Ela é, pura e simplesmente, não docente. Em comparação à stôra de português de há pouco, faltam-lhe anos e anos de experiência (aí uns 30, facilmente)... Mas algo as une. Serão as aulas sem conteúdo (e falamos de uma disciplina que tem por base Matemática!!!!)? Ou os exames desajustados?? Ambos... definitivamente.

Assim, no exame, e reconhecidas que são as dificuldades que a maioria dos alunos têm com números e operações algébricas, algo de muito mau acontece. Um exame com uma exigência acima do humanamente (falo em média) tolerável. Mesmo sem ter em conta que ela não conseguia resolver UM exercício que fosse na aula, se não estivesse nos seus apontamentos. Era incapaz de esclarecer UMA dúvida que não estivesse nos acetatos... E espeta com um exame na nossa frente que fez 80 a 90% dos presentes (e eram 5 ou 6 salas do CP III, ou seja, mais de 150 pessoas) desistir na 1ª meia hora... Os restantes ficaram para obrigar a professora a ter algum trabalho a corrigir, pelo menos. Segundo as declarações dos participantes, três... no máximo quatro pessoas achavam que conseguiam passar. A maioria que entregou (aí uns 30...40) disse que nem tinha feito perguntas suficientes para o 10... Outros disseram que nada do que escreveram estava bem... só encheram as páginas de números para lhe dar trabalho.

Surpreendentemente, ou não, passaram mais de 20 pessoas. Pessoas que garantiram, mesmo depois da nota sair, que tinham respondido a perguntas suficientes para ter 6!

Então, Sra. Prof.ª?... Ficou com peninha?? Ou talvez o seu 1º ano a dar aulas de Métodos III não ficaria bem visto com uma taxa de reprovação de ... 99,5%??!!

Palhaçada...